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Relatório aponta falta de dentistas na rede pública da Capital Gaúcha

Manutenção de equipamentos sucateados é precária. Prefeitura admite o problema

Consultórios fechados por falta de dentistas, aparelhos estragados e funcionários em desvio de função. Esta foi a conclusão da vistoria feita por representantes da Comissão Municipal de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) e do Conselho Regional de Odontologia (CRO-RS) em 44 serviços de saúde da rede pública na Capital.

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O relatório entregue à Secretaria da Saúde mostra que o número limitado de profissionais e a demora na troca de equipamentos danificados agravam os problemas dentários da população. Afirma, também, que a condição de trabalho na maioria dos consultórios é satisfatória, mas algumas salas precisam de reformas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um dentista para cada 1,5 mil habitantes. Pelo cálculo do número estimado de usuários do Sus, Porto Alegre deveria ter 750 dentistas na rede de saúde, mas dispõe somente de 172.

– Alerta veio há sete anos

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Em 2003, ano do último levantamento epidemiológico em saúde bucal na cidade, mais de 50% das crianças de zero a cinco anos de idade tinham cáries e doença nas gengivas. Este ano, será feita nova amostragem.

Na Zona Norte, a Unidade Básica de Saúde São Cristóvão não está apenas sem dentista. Há seis meses, o compressor odontológico, peça fundamental para o dentista, está à espera de conserto ou troca por um equipamento novo.

Cadastrado no posto, o ferroviário aposentado Magno Machado Vieira, 76 anos, reclama da falta de atendimento para três netos com nove e dez anos de idade.

–Eles precisam fazer tratamento, mas o posto não tem este profissional faz tempo – criticou.

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Magno deve levar os netos na unidade de saúde mais próxima. Os postos que contam com o serviço na rede oferecem 12 consultas por dia, em média.

– Aposentados agravam o quadro

Para o presidente do Conselho Regional de Odontologia (CRO-RS), Joaquim Cerveira, a situação é grave. Dos oito centros de especialidades odontológicas prometidos pela prefeitura, somente quatro foram implantados. Das 112 equipes de estratégia de saúde da família existentes, apenas 16 contam com dentistas.

Segundo Joaquim, para piorar o quadro, o município não repôs a totalidade das vagas abertas pelo elevado número de aposentadorias. Nas visitas que fizeram, CRO e Cosmam identificaram 122 dentistas e pelo menos uma distorção.

– Em algumas unidades, auxiliares de enfermagem atuam como auxiliares de saúde bucal. É como se o médico adoecesse e chamasse um dentista para ficar no seu lugar – compara Joaquim.

– Saúde anuncia providências

Coordenadora da área de saúde bucal do município, Carolina Perlott reconhece que o número de dentistas é insuficiente. Ela explica que a prefeitura está providenciando a reposição de servidores.

Nas próximas semanas, 19 dentistas, aprovados em concurso, deverão assumir. Um projeto para criação de cargos para outros 50 profissionais deverá ser encaminhado para a Câmara de Vereadores. Com relação aos equipamentos estragados, Carolina informa que um processo de compra aberto em abril está em fase final de conclusão:

– São 16 cadeiras, dez compressores e outros itens.

O cálculo
– A OMS propõe um dentista para uma média de até 1,5 mil habitantes.
– Segundo o índice da Saúde municipal, 75% da população é usuária do Sus.
– Neste caso, 1.125.000 habitantes, de um total de 1.436.123, utilizam a rede pública.
– Dividindo este número pelo padrão sugerido pela OMS, Porto Alegre deveria ter 750 dentistas. Mas, atualmente, conta somente com 172.
– Em Porto Alegre, existem 4.368 dentistas cadastrados no CRO (a maioria atua na rede privada).

Fonte: Diária Gaúcho

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