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Convênio ou particular? – Parte 2

Vitor Ribeiro

 

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*Vitor Ribeiro

Após ler a primeira parte deste artigo, um amigo me disse:

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– Vitor, como você quer que o dentista atenda bem um paciente de convênio com o que as operadoras pagam prá gente?

 

Respondi na lata: – Ainda bem que você não é o meu ortopedista!

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Meu cirurgião – como a grande maioria dos médicos e dentistas brasileiros – não deve receber dos convênios o mesmo que  recebe de seus pacientes particulares.  Apesar disso,   utilizou todos os seus conhecimentos e habilidades para me operar e mais: me tratou de forma humana e cortês.

 

A prática de penalizar o paciente pela baixa remuneração recebida do convênio é mais comum do que se pensa. Revela-se na marcação de consultas em datas muito longínquas, no atendimento ríspido e frio, na sessão curtíssima, no plano de tratamento duvidoso e na baixa qualidade técnica dos procedimentos.

 

Porém, em nome do quê se faz tudo isso? Da Ética é que não é. Seria uma forma de expressar a revolta com as operadoras? Se for, me pergunto se é a maneira mais eficaz, pois além de não resolver a questão, cria mais problemas: alimenta o estigma do “dentista de convênio”, contribui para a perda de credibilidade da Odontologia e sua valorosa classe, prejudica a saúde da população e torna a vida um pouco mais cínica e pobre. Para ganhar o quê? Em minha opinião, nada que valha a pena.

 

Não estou minimizando a questão da remuneração dos convênios, acho que é uma pauta justa a ser discutida. Questiono se a solução disso passa pelo mau atendimento ao cliente. Já escutei um dirigente de classe argumentar que essa é  uma boa forma de pressionar as operadoras, aumentando a quantidade de reclamações dos usuários nos seus serviços 0800. Quando escuto isso fico cada vez mais encantado com meu ortopedista que não se deixou contaminar por esse tipo de pensamento desumano e antiético.

 

A remuneração baixa é assunto a ser discutido entre operadora e prestador e jamais deveria se estender à sala de recepção e clínica de nossos consultórios. Não sendo resolvida a contento aplica-se aquele instrumento contratual: o descredenciamento, mas não sem antes terminar todos os tratamentos iniciados e encaminhar os pacientes para outros colegas.

 

Mas, Vitor, isso é prá quem pode. Minha clínica depende tanto dos convênios que não dá para nem prá pensar em descredenciamento!

 

Se for esse o caso, de nada adianta  ficar resignado ou mesmo revoltado.  Leia , faça um curso ou busque ajuda profissional para aprender a ter resultados trabalhado com os convênios. Você pode não acreditar, mas muitos colegas aprenderam e  fizeram da  odontologia suplementar um excelente negócio. Tudo depende de uma mudança de olhar.

 

Finalmente, quando estiver tentado a descarregar no paciente de convênio a relação mal resolvida com a operadora, lembre-se que poderá estar um dia nessa frágil posição, já que deve  ser beneficiário de algum plano de saúde. Aí meu irmão, é hora de torcer e pedir a Deus  que aquele “médico de convênio” enxergue você como gente e não como mais uma guia de tratamento a ser faturada.

vitor.ribeiro@folha.com.br

HTTP://konduto.blogspot.com.br

Se você atende convênios em sua clínica, visite meu novo blog:  http://atendoconvenios.wordpress.com

Leia também:

 

Convênio ou particular? – Parte 1
Prosperidade e Odontologia Suplementar

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